Fiz algumas anotações que partilho aqui e que me instigaram ainda mais em relação ao uso das tecnologias na educação.
O palestrante Prof. Dr. Kevin Leander dividiu sua apresentação em 3 partes:
- Práticas Sociais e Novas Tencologias (artes, identidade e redes sociais)
-Recusa nas escolas do uso das tecnologias
- Possibilidades.
No primeiro tópico apresentou os usos que os jovens fazem da tecnologia e que os educadores não tem levado em conta. Um dos exemplos que citou foi a de um jovem que utilizava um jogo (Jornada nas Estrelas) para outros fins diferentes do que era proposto: criava animais virtuais, usava as armas para enfeitar suas salas e quartos virtuais e revesava essas funções com seus amigos. Outro exemplo mostrava o desktop de uma menina que construiu sua identidade, demonstrando seus gostos e idéias numa montagem de fotos.
Kevin ressaltou a dificuldade em pesquisar sobre essas construções identitárias, sobre a relação etre as atividades vivenciadas, os objetos e as identidades construídas pelos participantes. Isso porque não se pode levar em conta somente o humano, mas também os objetos que de alguma forma interagem com o humano e até entre si.
Uma das pessoas que assistia a palestra citou um autor chamado Latour dizendo que para ele entre objetos, idéias ou pessoas, não existe qualquer espécie de diferença ontológica. Todos são “atores” (ou actantes), dotados de força própria e de capacidade de produzir efeitos no mundo. Por isso, nenhuma teoria ou idéia que busque reduzir a heterogeneidade do real a algum princípio unificador é efetivamente satisfatória.
O palestrante apresentou um quadro que reproduzo abaixo:
Web 0.0 | Web 1.0 | Web 2.0 |
Fotocópias | Site Pessoal | Blog |
Projetos | Recursos Multimídia | You tube Flickr |
Bulletin Board | Ferramentas de Publicação | Participação/Colaboração |
Enciclopédia | Brtiânia on line | Wikipédia |
O professor Kevin a partir daqui apresenta sua pesquisa sobre a recusa do uso das tecnologias na escola.
O trabalho foi realizado nos EUA. Já que os professores reclamavam que nada era feito por conta da falta de recursos, foi-se em busca de uma escola com todos os recursos possíveis.
A escola escolhida para a observação tinha internet wireless, um laptop para cada aluno, quadros digitais etc.
Porém, os professores ensinavam de maneira tradicional e acabavam não utilizando as tecnologias ou não fazendo proveito de todo potencial que poderia ser proporcionado.
Um dos exemplos é de que os laptops não podiam ser usados em sala. Os professores alegavam que isso tiraria a atenção dos alunos, que poderiam utilizar o chat para conversas com outras pessoas que não estavam ali.
Os docentes não valorizavam as leituras e pesquisas feitas pela internet. Diziam que só o que tinha validade eram pesquisas feitas na biblioteca, com livros impressos.
Kevin ressaltou que pode ver que apesar da escola apresentar recursos compatíveis com a Web 2.0, as práticas ainda estavam presas a Web 1.0.
Ao final apresentou sugestões de construção de narrativas, uso de ferramentas de publicação, mas nada muito palpável por conta do tempo.
Comentários pessoais
Ao ouvir o relato do professor percebi que a realidade não é muito diferente daqui.
Por mais que os recursos sejam poucos, o discurso é o mesmo.
Percebo em minha prática que mesmo os que ousam usar as tecnologias, usam de forma tradicional.
É como se o professor fosse pedir uma cópia de um texto não mais no caderno, mas no editor de texto.
E mais: não são feitas propostas ou demonstrados exemplos de práticas que traduzam essas mudanças.
O relato, deixou bem claro para mim, que não basta recurso, não basta somente saber usar o recurso é preciso ter um planejamento diferenciado, com outro olhar.
Isso me faz lembrar um encontro que participei a anos atrás sobre o UCA. As primeiras escolas que receberam o projeto se encontraram para relatar sobre a experiência. E um dos relatos me chamou a atenção.
Projeto UCA Meu Computador minha aprendizagem
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Uma das professoras falava sobre a preocupação inicial com o Orkut. Os alunos, com conexão e com o laptop em mãos dentro da sala de aula, não prestariam atenção em nada e ficariam no orkut todo o tempo.
A resposta que ela deu para isso: planejamento. Um planejamento bem feito não dá brechas para o desinteresse dos alunos.


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