Não trabalho diretamente com alunos portadores de necessidades especiais.
Contudo sempre tive essa preocupação em poder dar atendimento a TODOS para que possam aprender, cada um em sua limitação, cada um a seu tempo.
No momento da graduação, trabalhando com alunos do EJA, ficava inquieta pois meus alunos, diante do quadro negro que é plano, tinham dificuldade em entender, em vializar representações de figuras tridimensionais. Mesmo levando sólidos como exemplo, a dificuldade persistia.
Quis saber então como os alunos cegos aprendem e se as estratégias que utilizam poderiam servir para que meus alunos, "Cegos" diante de tanto tempo afastados da escola e outros problemas característicos do EJA, aprendessem.
Foi uma loucura deliciosa. Primeiro que tive dificuldades em encontrar alguém que me orientasse. Encontrei um professor tão louco e utópico quanto eu: Prof. Délson .
Criamos atividades utilizando jogos de ilusão de ótica com os cegos.
Eu saía de Seropédica e ia para Urca trabalhar com uma turma de 9o ano.
Depois, de forma lúdica, utilizava as mesmas atividades com meus alunos do EJA.
E eles aprenderam...
Na sequencia, sentindo a necessidade de estudar mais sobre Educação Especial, fui buscar ajuda na pós graduação.
Lá elaborei, em minha monografia, interfaces entre a geometria e a matemática usando o manual de Orientação e Mobilidade, onde encontramos muitos conceitos geométricos.
Por último, agora como tutora de um curso a distância, me vi de encontro a um aluno Surdo. Nos identificamos um com o outro muito antes de trabalharmos juntos na disciplina Informática na Eduacção II.
Talvez por isso tenha sido tão fácil trabalhar com ele.
Lembro-me que em uma de nossas tutorias ele disse que eu fui uma das poucas tutoras que soube lidar com ele de forma natural: não falando alto, falando articuladamente, olhando sempre na direção dele.
Esse mesmo aluno está agora participando comigo deste curso, me ajudando nas atividades em que preciso de um aluno portador de necessidades especiais.
A ele meu muito obrigada.
Sou professora de Informática Educativa, mãe e preta. Aqui divido um pouco do que sei, do que sou, do que tenho como contribuição para educação na cibercultura.
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